Estava morta...

Já se sentiu morta? Mesmo ciente que a vida bate na sua janela? Quase que implorando pra entrar, pedindo pra clarear todos os cantinhos. E você simplesmente se fecha, se tranca nesse mundinho sujo e morto, sem luz, sem bons cheiros...
Eu estive morta. Naquele quarto escuro, sujo, sem nenhum vestígio de vida, de uma boa vida.
Isso soa meio dramático demais? É! Pode até ser que sim, não ligo. Nada ia muito bem mesmo, e um pouco de drama não faz mal a ninguém. Durante todo esse tempo eu quis sim, que todos, digo todos, me esquecessem, e ajudei pra que isso acontecesse. Precisava ficar lá, quieta, com meus pensamentos, meus momentos de ódio ao mundo todo e tudo que nele existe. Eu precisava chorar, gritar, me descabelar, mesmo que tudo isso fosse no mais absoluto silêncio. [ que dias assim não voltem, nunca mais...]
Mas até sofrer cansa sabia? E chega o momento que a vida incomoda tanto na sua janela, que ou você abre, ou se mata de uma vez. E eu? Ah, eu ainda prefiro a vida sim senhor. Prefiro essa vida louca, cheia de bons e ruins momentos, prefiro toda essa desordem que tanto me atormenta, esse sobe e desce de sentimentos. Prefiro tudo isso, a simplesmente me trancar por mais um dia que seja. E aos poucos a luz vai entrando, o cheiro das flores é sinal de bons tempos, tudo com o tempo vai tomando teu lugar, e eu volto a me sentir bem, e dessa vez, de verdade. [ e que agora, seja sempre doce...]
Eu não mereço uma vida escura, isso tudo não foi o suficiente pra deixar tudo tão apagado por aqui meu . Pra te ser sincera. Já não me vale a pena, e se não vale, eu simplesmente jogo fora, não só viro, como rasgo qualquer pagina que contenha vestígios de más coisas. E digo tchau, sem vontade alguma de um talvez ‘até em breve’.Assim é bem melhor, desprezo mode on.
Tudo agora é novo por aqui. As minhas vontades, desejos, alegrias, paixões. Tudo novinho, com luz pra todo canto, e aquele cheirinho gostoso de casa limpa.

E os ventos? Ainda me trazem flores, laranjas e bonitinhas, eu sei que trazem...