06/08/2010

Bela moça

Sente aqui Bela Moça, se acomode no seu mal estar, já já eu volto com uma boa dose e uma bela cantiga de ninar.
Você acaba de entrar no seu banho frio e pode ver o vapor inundar o seu corpo, congelar suas veias e embaçar o box que segura com um certo desgosto o seu copo com uísque, nem tão caro, porém não o mais barato.
Enquanto isso, sopra ao longe o vento de vontade, que tanto se escondeu na ultima semana e agora vem contudo, soprando desaforado, desarrumando descuidado a sua escrivaninha que na verdade era bem pouco arrumada e descolando do quadro de avisos, as fotos de amigos e os telefones de amores conquistados.
Enquanto isso você senta na cama envolta pela toalha com a luz borrando sua maquilagem, com pensamentos ao longe por aquele certo amor revolto que desde que voltou à tona não lhe deixa dormir uma noite calma.
E o quê mais te machuca? O fato do namorar acontecer e ele falar que não tem muita importância, ou a distancia?
Abra os olhos Bela Moça, você sabe que é isso que a incomoda, mas sabe também que não quer admitir isso, nem pra você, ou muito menos para ele, porque o quê você quer agora, é que ele seja feliz, sem você.
Você agora se levanta e liga o ventilador, pois as lágrimas são incessantes e rolam em completo sangue, porem o vento com seu chiado de cachos, abstraí o soluçar.
E diz para si mesma: "Chega!", enquanto acende tremula um bom deleite de câncer, deitada ao colo do seu novo pecador, ao ultraje de um novo amor.

o que te dizer mais?...

// texto 'ilustrativo'.

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