03/11/2010

A arte de pular


No começo não havia um modelo certo nem havia certeza que fosse mais segura que sua cama. E mesmo assim ela foi. E depois de arriscar pela primeira vez e cair em local seguro, nunca mais parou.

Não que tenham sido grandes saltos. Coisa pequena, um passinho de cada vez. Mas dentro dela, a felicidade gigante de sair do lugar. Também aconteceu às vezes de ela ter que dar um passo para trás para então poder dar dois passos para frente. Acontece.

Então teve esse silêncio, um pouco de medo. E uma oportunidade. Ela vai tentar um salto ainda maior. Vamos acompanhar.

Toma fôlego, cria coragem. Tira o sonho da gaveta, coloca o medo no lugar. Pensa um pouco. Coloca o gato no colo. Ronrona qualquer coisa e continua.

Se vai cair, não sei. É provável que não. Uma vez estando lá em cima, ela sabe que a queda já não machuca tanto. Basta levantar e tentar de novo.

Você deve lembrar dela antigamente. Lembra? Você não a reconheceria agora, eu acho. De pulinho em pulinho ela já foi muito longe, bem mais do que podia acreditar.

E a coisa mais engraçada de todas é que agora ela luta para segurar o riso, quando antes o que mais fazia era tentar esconder o choro.

Seriam esses pequenos pulos milagrosos?

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